RESUMO - Assistência de saúde aos universitários: uma abordagem sobre o atendimento básico de saúde nas universidades.

31/10/2018

       O termo hospital tem suas origens no vocábulo hospes, cujo significado era convidado ou hóspede. Por muito tempo, derivações dessa palavra, como por exemplo hospitalis (ser hospitaleiro) e hospitium (lugar em que hóspedes eram recebidos), compartilharam com outras, como nosocomium (lugar ou asilo de enfermos), a responsabilidade por denominar o local em que pessoas com alguma enfermidade eram acolhidas para tratamento.

       Notamos que na atualidade o termo não perde seu significado. Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), no dia 22 de setembro de 1988, considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, a saúde passa a ser direito universal e gratuito de toda a população brasileira.

       Diante disso, cada cidadão obteve o melhoramento da qualidade de vida. Trazendo para o lado dos universitários, nota-se que em muitas universidades ainda não dispõe de um atendimento prioritário para o estudante diante de uma emergência. Ocorrências de relatos sobre a falta dessa assistência é o que mais percebemos no decorrer dos anos letivos.

       Apoio psicológico é o mais comum dentro das universidades, pois é o tipo de cuidado mais importante para manter o equilíbrio mental dos jovens inseridos em um contexto de grande pressão no cotidiano dos universitários. Por depender apenas de um pequeno local, esse tipo de assistência se torna mais fácil e viável, pois geralmente, a assistência gira em torno de uma simples conversa feita por um(a) profissional da área.

       O que torna mais dificultoso o auxílio ao jovem estudante nas universidades, é ter um local adequado para se fazer o devido acompanhamento, pois diferente do apoio psicológico, o auxilio geral necessita de um local com mais variedades de instrumentos e objetos e muitas vezes sai com um custo muito alto.

       Como exemplo, pode-se citar a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) campus Bom Jesus, da cidade de Imperatriz - MA. O campus possui assistência psicológica com profissionais qualificados da área, porém o mesmo é desprovido de uma enfermaria para receber possíveis emergências.

       Torna-se necessário, a construção desse centro de apoio, visto que o campus foi construído em um local afastado do centro da cidade e de difícil acesso. Quaisquer emergências acontecidas no polo, deve ser logo encaminhada para o hospital mais próximo, assim demorando horas para a chegada no devido lugar.

       Muitas são as queixas dos próprios universitários, indignados com o polo que dispõe cursos da área da saúde, mas não tem uma simples assistência ao universitário.

       O presente trabalho científico faz um apanhado de como surgiu e se consolidou a assistência estudantil nas universidades brasileiras, problematizando ainda, a escassez de dados concretos sobre essa temática a nível nacional, e não apenas regional. Logo, se relaciona com a ausência de enfermarias e hospitais-escola na universidade - temática desse projeto- à medida que tal fato se configura como um tipo de assistência médica-estudantil de extrema importância para os acadêmicos.

       É datada na década de 1930 os primeiros indícios de elaboração da assistência estudantil, na Constituição de 1934, no artigo 157 que deixava claro que esse subsídio deveria ser, em um primeiro momento, destinado a acadêmicos de baixo nível socioeconômico. Já que alguns anos mais tarde, o êxodo rural se intensificou, e junto com ele vieram os alunos interioranos com anseio de formação superior. Tal circunstância evidenciava a dificuldade deles em se manter na capital, portanto, as ajudas de custo e iniciativas como Bolsa-Trabalho, através das quais eram proporcionadas oportunidades de exercício profissional em órgãos ou entidades públicas ou particulares, e Bolsa-Estudo, onde o estudante recebia uma verba para sua manutenção, sem a realização de atividades em contrapartida, foram grandes marcos na história da assistência estudantil.

       Nessa perspectiva, a ampliação desses serviços abrangeu o âmbito odontológico, de moradia e também de alimentação. O que é extremamente relevante, dado que são fatores que influenciam diretamente na evasão escolar no ensino superior. A adesão de iniciativas como essa, entretanto, acabou ficando a cargo da instituição de ensino, portanto há uma variação no quesito alimentação nas universidades federais: algumas optam pela construção de um restaurante universitário, outras, por um auxílio em dinheiro para que o discente possa usufruir da lanchonete. Em relação às moradias, algumas IES optam pela construção das chamadas "Repúblicas Universitárias/Estudantis" e outras, por uma bolsa-moradia, que funciona nos mesmos moldes da de alimentação.

       Em síntese, o que pôde-se notar é que esses direitos só foram adquiridos por meio de muita insistência dos profissionais da área de educação, e que, além de proporcionar o básico necessário para que o acadêmico tenha condições de ter um bom desempenho estudantil, é fundamental no combate à problemática da evasão escolar no ensino superior.

       A princípio, as universidades não possuem um estímulo para a permanência de seus estudantes. O equilíbrio da saúde corporal e mental resultam na produtividade do indivíduo. O objetivo da assistência médica-estudantil é viabilizar o acesso à orientação psicossocial, atendimentos médicos e psicológicos, a projetos de saúde desenvolvidos na universidade e à prestação de serviços médico hospitalares da rede pública de saúde. Além de: democratizar as condições de permanência dos jovens na educação superior, minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação superior; reduzir as taxas de retenção e evasão; e contribuir para a promoção da inclusão social pela educação. Faz-se necessário focalizar as ações em saúde em intervenções de combate à dependência química, e sobretudo, os estudos a respeito da saúde mental de estudantes universitários brasileiros são recentes, concentrando-se da segunda metade da década de 1980 até os dias atuais. Esses estudos direcionam-se principalmente à incidência de transtornos mentais em estudantes universitários, com maior número voltado a estudantes da área da Saúde, cujo principal indicativo é a procura por serviços de atendimento psicológico e/ou psiquiátrico por parte dos estudantes. Poucos estudos são identificados a respeito do tema em outras áreas do conhecimento.

       Um universitário de 22 anos morreu após ter passado mal dentro da sala de aula no campus da UFV (Universidade federal de Viçosa), localizado na cidade do Rio Paranaíba (320 km de Belo Horizonte). Colegas do estudante reclamam de suposta demora o atendimento.

       De acordo com a direção da unida de ensino, Bruno Gonçalves Dias, aluno do 3 período do curso de sistema de informações, foi socorrido por um hospital da cidade, onde foi constatado o óbito. As aulas foram suspensas nesta terça-feira (11) em sinal de luto, informou a assessoria da universidade. O rapaz era natural de Paracatu (502 km da capital mineira).

       Um dos alunos da universidade, sob condição de anonimato, disse ao UOL, que muitos alunos ficaram revoltados com a demora do atendimento dispensado a vítima. Segundo ele, colegas do rapaz que estavam no momento em que Bruno passou mal e desmaiou teriam confirmado a lentidão no socorro de Bruno.

       A UFV por meio de nota publicada em seu site, informou que o aluno passou mal na hora em que estava fazendo leitura de um texto.

"Imediatamente o setor biopsicossocial da universidade foi acionado e entrou em contato com o Hospital Maria Conceição Fantini Valério, que prontamente deslocou sua ambulância para prestar socorro ao aluno", afirma em nota.

       De acordo com o texto, a causa da morte do aluno, descrita no atestado de óbito, seria "morte súbita por causa indeterminada".

       No entanto, a nota não informa o tempo exato gasto no socorro e transporte de bruno até o hospital nem se havia algum socorrista ou a EXISTÊNCIA DE ALGUM AMBULATÓRIO NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE.

        "A Universidade Federal de Viçosa é um pouco afastada da cidade. Mas, mesmo sendo afastada, desde momento em que receberam a ligação de socorro no hospital até o momento em que o paciente já se encontrava dentro do hospital, passaram aproximadamente 10 minutos" disse a secretária.

     Segundo ela, já dentro do hospital, ao menos dois médicos se revezaram nos procedimentos de tentativa de reanimação do rapaz, que teriam durado uma hora e vinte minutos.

    "Ele foi atendido imediatamente pelo médico plantonista, que entubou e iniciou os procedimentos de reanimação. Foi uma hora e vinte minutos com toda a equipe de reanimação tentando salvar o rapaz, mas, infelizmente, a gente não conseguiu êxito", afirmou.[4]

      A ausência de enfermarias para o atendimento rápido e certo por profissionais que possuem conhecimento científico, tem desencadeado inúmeros perigos para os estudantes. Os perigos podem ser do menor ao emergencial, visto que, os estudantes estão expostos a acidentes ocasionais e, principalmente, quando eles passam mal, os prezados se automedicam, agravando o caso. O Plano de Assistência Nacional Estudantil (Pnaes), objetiva por meio de ações que viabilize a igualdade de oportunidades entre todos os estudantes e contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico, a partir de medidas que buscam combater situações de repetência e evasão.

     Posto isso, é de fundamental importância a existência de programas de assistência e apoio ao estudante, a exemplo os critérios socioeconômicos: auxílio alimentação, auxílio moradia, auxílio material didático, auxílio creche, auxílio transporte e, abordado em discussão geral, o auxílio emergencial.

      Em seguida, outro ponto assistencialista da Pnaes são os setores de assistência à saúde, como: nutrição, odontologia, enfermagem, psicologia, serviço social e médico. Todos esses setores irão contribuir para o melhor desenvolver dos discentes dentro do meio estudantil, pois como preconizou a Organização Mundial de Saúde (OMS), "A saúde é o total bem-estar físico, psicológico e social e, se todos esses setores estiverem com qualidade, isso, promoverá saúde e posteriormente, aumentará assiduidade, a interação social, o humor e a qualidade de vida.

     Os riscos que os estudantes estarão expostos pela ausência da assistência está diretamente ligado com seu bem-estar, com a promoção de ações que irão cuidar, preservar o bem-estar físico, psicológico e social destes discentes, mas, de fato, na maioria das vezes os objetivos não são alcançados, trazendo consequências como: a ausência nas aulas, deficit de atenção, mal estar, automedicação e consequentemente um aumento nas ocorrências de emergência, visto que, se não haver uma enfermaria com pelo menos medicamentos e instrumentos básicos, e também, profissionais com conhecimento científico especialista para saber o que fazer em um caso de emergência como também, como para indicar o medicamento certo a se tomar para não acontecer o agravamento do caso, como a automedicação que vem acontecendo constantemente nas universidades, havendo caso de estudantes que morreram por se automedicarem e por falta de atendimento emergencial. Portanto, a Assistência Estudantil é um direito de todos os discentes.

   Então, a escassez de assistência estudantil e medica nas universidades é um problema que causa uma grande deficiência, tanto em docentes como discentes. Sendo assim, vemos que para um melhor bem-estar físico e mental dos alunos as universidades devem trabalhar para diminuir essa mazela, pois o plano nacional de assistência estudantil apoia a permanência de estudantes de baixa renda matriculados em cursos de graduação presencial das instituições federais de ensino superior. O objetivo é viabilizar a igualdade de oportunidades entre todos os estudantes e contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico, a partir de medidas que buscam combater situações de repetência e evasão.

REFERÊNCIAS

[1] ARAÚJO, Kizi Mendonça de; LETA, Jacqueline. Os hospitais universitários federais e suas missões institucionais no passado e no presente. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v.21, n.4, out.-dez. 2014, p.1261-1281.

            [2] IMPERATORI, Thaís Kristosch. A trajetória da assistência estudantil
            na educação superior brasileira, 2017.


[3] Rayder Bragon Do UOL, em Belo Horizonte 11/06/201316h43 > Atualizada 11/06/201318h22 ... - Veja mais em <https://educacao.uol.com.br/noticias/2013/06/11/aluno-morre-apos-passar-mal-na-ufv-colegas-questionam-demora-no-socorro.htm?cmpid=copiaecola>

[4] Assistência em escolas públicas. <https://www.ifms.edu.br/centrais-de-conteudo/documentos-institucionais/programas/programa-de-assistencia-estudantil>. Acessado em 27.10.2018

[5] Política de Assistência Nacional Estudantil, https://portal.mec.gov.br/pnaes. Acessado em 27.10.2018

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